José Carlos Ary dos Santos
porque POESIA é VIDA POR ESCRITO
porque POESIA é O NÉCTAR, O ESSENCIAL
porque POESIA é O ORGASMO DOS NOSSOS ACTOS
Poeta castrado não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo
dromedário
fogueira de exibição
teorema
corolário
poema de mão em mão
lãzudo
publicitário
malabarista
cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura, como já disse, sempre que faço um poema
saudade, que se partisse, me alagaria de pena
e também uma alegria, uma coragem serena
em renegar a poesia quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu, a força que tem um verso
reconhecem o que é seu, quando lhes mostro o reverso:
Da fome, já não se fala
é tão vulgar que nos cansa
mas
que dizer de uma bala num esqueleto de criança?
Do frio, não reza a história
a morte é branda e letal
mas
que dizer da memória de uma bomba de napalm?
E o resto: que pode ser o poema dia a dia?
Um bisturi a crescer nas coxas de uma judia
um filho que vai nascer parido por asfixia?!
Ah não me venham dizer que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem por temor ou negação:
Demagogo
mau profeta
falso médico
ladrão
prostituta
proxeneta
espoleta
televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo
dromedário
fogueira de exibição
teorema
corolário
poema de mão em mão
lãzudo
publicitário
malabarista
cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura, como já disse, sempre que faço um poema
saudade, que se partisse, me alagaria de pena
e também uma alegria, uma coragem serena
em renegar a poesia quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu, a força que tem um verso
reconhecem o que é seu, quando lhes mostro o reverso:
Da fome, já não se fala
é tão vulgar que nos cansa
mas
que dizer de uma bala num esqueleto de criança?
Do frio, não reza a história
a morte é branda e letal
mas
que dizer da memória de uma bomba de napalm?
E o resto: que pode ser o poema dia a dia?
Um bisturi a crescer nas coxas de uma judia
um filho que vai nascer parido por asfixia?!
Ah não me venham dizer que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem por temor ou negação:
Demagogo
mau profeta
falso médico
ladrão
prostituta
proxeneta
espoleta
televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Foi há 25 anos que nos deixou
mas, continua SEMPRE PRESENTE!
mas, continua SEMPRE PRESENTE!
Um comentário:
Que bem me fez ler e ouvir o Ary dos Santos!
Obrigada.
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